Qual a melhor opção para o seu caso no cenário de hoje do mercado imobiliário? Faça essa análise e garanta a melhor decisão para o seu perfil
Já houve um tempo em que o sonho da casa própria habitava todas as noites dos brasileiros que pagavam aluguel. Hoje, no entanto, nem todo mundo tem esse anseio por adquirir um financiamento – afinal, a crise no mercado deixa cada vez mais difícil comprar imóvel sem dívida.
Para muita gente não está bem claro quando comprar é o melhor negócio ou se o aluguel é a melhor opção de acordo com o comportamento do mercado. Por isso, vamos mostrar os prós e contras de cada aspecto.
Pagar as parcelas do financiamento com o dinheiro que seria do aluguel. Será a melhor opção?
Geralmente a primeira coisa que vem à mente de quem pensa em ter um imóvel é alugar – mas aí vem logo aquele pensamento de que com o dinheiro do aluguel poderiam ser pagas as parcelas do financiamento. Afinal, para que dar dinheiro para um estranho quando pode estar adquirindo um bem próprio?
A questão é que há cenários diferentes para ambas as situações. Por exemplo, quanto maior o valor da entrada, mais confortável fica o pagamento das parcelas. De acordo com os especialistas, o ideal é você ter no mínimo 30% do valor do imóvel para dar de entrada. Ao mesmo tempo, é preciso levar em consideração que o financiamento é um compromisso de longo prazo.
Quando o aluguel é mais barato
Mas se não há a possibilidade de dar uma entrada à vista, a dica é mesmo apostar no aluguel, que deverá ser bem mais barato do que o valor da prestação. Pense bem: se com o tempo ocorrer alguma coisa e você não puder pagar as prestações do financiamento, você pode acabar perdendo todo o seu investimento e o imóvel indo a leilão. Se estiver pagando aluguel, você sempre pode entregar a casa e ir para outra mais em conta.
Por outro lado, com o valor do aluguel mais barato do que o da prestação da casa própria, a diferença pode ser colocada em uma poupança. Assim, se a mensalidade do financiamento for R$ 1,5 mil e o aluguel R$ 1 mil, todos os meses coloque os R$ 500 na poupança ou em algum outro investimento. Depois de algum tempo você poderá ter quantia suficiente para dar uma boa entrada à vista ou pagar parte do preço do apartamento.
Quando aluguel e prestação são iguais: como comprar um imóvel sem dívida?
Outro cenário é quando o valor da prestação e do aluguel é basicamente o mesmo. Neste caso, comprar pode ser mais vantajoso, já que você estaria pagando a mesma coisa e ainda construindo um patrimônio.
Essa relação é ainda mais vantajosa se você puder usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar parte considerável do imóvel, quitando mais rapidamente o financiamento imobiliário.
Há ainda outro aspecto que deve ser analisado: a escolha da tabela que definirá como será a prestação. Duas delas são as mais comuns. A Price tem valores fixos para as parcelas do financiamento. Isso significa que a entrada pode ser um pouco menor, mas as parcelas são corrigidas pelos juros, o que pode apertar o orçamento mais adiante – principalmente se o seu reajuste salarial não for compatível com o das parcelas.
Já a Tabela SAC é decrescente porque tem amortização constante, reduzindo o risco de inadimplência. As parcelas começam com um valor mais alto e vão sendo reduzidas ao longo do tempo. Lembre-se, de qualquer forma, que você não deve comprometer mais do que 25% do seu orçamento mensal.
Fique ligado na diferença: a amortização é uma parte do capital e que está sendo devolvida ao banco, reduzindo o total da dívida. Já os juros são uma espécie de aluguel do dinheiro que você pediu emprestado e incide sobre o saldo devedor.
Atenção redobrada: o valor do aluguel e do financiamento é realmente o mesmo?
Toda essa história de tabelas, juros e amortizações leva a uma outra questão: o corretor disse que o valor do financiamento é o mesmo do aluguel, mas será? Claro que é possível de acontecer, mas é preciso atenção redobrada nos cálculos.
Um financiamento de R$ 350 mil, por exemplo, em 240 meses, tem uma taxa efetiva de juro de 1,4% a.m. o que, pela Tabela Price, corresponde a uma parcela de R$ 5 mil por mês. Enquanto isso, um apartamento de R$ 500 mil geralmente tem um aluguel médio de R$ 2.250,00 – a metade do valor da prestação.
Ao longo do primeiro ano a diferença paga seria de R$ 33 mil a mais, sem contar a entrada de 30% na casa própria. E, ao final dos 240 meses de financiamento, você terá pago R$ 870 mil só de juros.
Ou seja, mesmo contando com a valorização do imóvel ao longo desse tempo, levando-se em conta uma inflação de 5% ao ano, ao final dos 20 anos você pode ter até 7 vezes mais se pagar aluguel e fazer aplicações com o seu dinheiro.
Quando comprar imóvel é melhor
É lógico que, como falamos lá em cima, isso não é via de regra. Tudo deve ser muito bem analisado, até porque há como fazer a melhor negociação e comprar é a melhor opção. Afinal, ser proprietário de um imóvel traz outras vantagens que não são financeiras, como realização pessoal, sensação de segurança, possibilidade de personalização do imóvel, herança para os filhos etc.
Comprar é a melhor opção, por exemplo, quando é possível comprar o imóvel à vista; quando a família já está estabelecida, sua empresa é estável e há pouca possibilidade de mudança no quadro financeiro; quando não consegue poupar espontaneamente, no caso a diferença de valor entre o aluguel e a prestação; quando há um familiar ajudando a adquirir o imóvel ou quando há a possibilidade de comprá-lo a juros muito baixos, por exemplo.
Fazendo um balanço da diferença entre comprar e alugar
Porque alugar:
Desvantagens:
Porque comprar:
Desvantagens: