Quando o assunto é manter a casa aquecida no inverno, novas soluções de calefação vêm ganhando destaque em relação ao tradicional sistema de serpentinas elétricas. Entre eles, há de sistemas novos de aquecimento de piso, como o hidráulico, aos calefatores que utilizam resíduos da indústria da madeira para proporcionar calor ao ambiente.
Muito comum na Europa e nos Estados Unidos, o sistema de calefação hidráulica ainda é pouco utilizado no Brasil, mesmo sendo ideal para cidades que contam com invernos mais rigorosos, como é o caso de Curitiba.
Assim como o elétrico, o modelo hidráulico funciona a partir da radiação do calor pelo piso dos ambientes. A diferença é que, em vez de serpentinas elétricas, o sistema utiliza tubos flexíveis (chamados de Pex) por onde circula água quente.
“A água é aquecida em uma caldeira mural, que funciona a gás. Ela é muito parecida com o aquecedor de passagem, a diferença é que trabalha com um circuito fechado de água”, explica Cleverson Aislan Callera, gerente de vendas técnicas da Astra S.A, que fornece o sistema para a Heime Climatização e Automação, em Curitiba.
Outra característica do modelo hidráulico é o fato de ele ser mais recomendado para aquecer o imóvel como um todo, ao contrário do que ocorre no sistema elétrico, mais indicado para o aquecimento individualizado dos cômodos, como lembra Igor Kaufeld, sócio-proprietário da Heime.
A instalação do sistema é feita entre dez e quinze dias, mas exige uma reforma de grande porte, o que faz com que seja indicado para residenciais novas, nas quais tenha sido pensado desde o projeto.
Callera explica que isso ocorre porque o contrapiso que conta com o sistema fica com uma altura média de 10 cm, o que pode fazer com que se perca pé-direito nos ambientes já construídos. “Para instalar o sistema, temos que fazer o isolamento do piso com EPS (isopor de alta densidade), colocar a serpentina de tubo Pex sobre ele e, acima dela, distribuir a capa de concreto, que irá irradiar o calor”, descreve.
Ainda segundo o gerente, o sistema hidráulico é indicado para imóveis maiores, a partir de 300 m², nos quais o custo para a instalação do sistema (a partir de R$ 400 por m²) se paga durante o uso no longo prazo. O modelo elétrico tradicional custa R$ 180/m², em média.
Para imóveis novos, já construídos, a manta calefatora é o sistema de aquecimento de piso mais recomendado. Mais fina do que os modelos hidráulico ou que utiliza serpentinas elétricas, ela é instalada diretamente na argamassa usada para fixar o revestimento, não interferindo na altura do contrapiso, como explica Kaufeld.
Em formato de tela, o sistema tem instalação rápida – de até 200 m² por dia – e custo médio de cerca de R$ 250/m², de acordo com a potência necessária. O modelo funciona com energia elétrica e permite o controle de temperatura em cada cômodo, podendo ser instalado em apenas um ou em todos os ambientes.
P ara quem já mora no imóvel ou não pensa em fazer uma reforma para instalar um sistema de aquecimento, o calefator que utiliza pellets como combustível é uma das alternativas para manter a casa aquecida.
Com funcionamento similar ao de uma lareira, o equipamento gera calor a partir da queima dos pellets, que são pequenos cilindros formados por serragem de madeira comprimida. A diferença entre o método tradicional de queima de lenha está na tecnologia do equipamento que, além de poder ser programado, promove a troca e a circulação do ar pelos ambientes, sendo capaz de aquecer todo o imóvel.
“Esta é uma tecnologia europeia ainda pouco conhecida no Brasil. Funcionando com fogo verdadeiro, o equipamento aspira o ar frio e devolve o ar quente para o ambiente, aquecendo-o”, explica David Rizzon, diretor da Pellet Brasil, loja da fábrica italiana que comercializa o equipamento em Curitiba.
Segundo ele, o baixo custo de utilização do equipamento, que parte dos R$ 0,20 por hora, de acordo com a exigência energética do ambiente, é um dos atrativos do sistema, que ainda contribui para eliminar o mofo e o mau cheiro decorrente da umidade.
Pesando entre 100 Kg e 130 Kg, o calefator é fixo e costuma ser apoiado no chão ou embutido na lareira ou em outra estrutura feita para este fim.
A queima do pellet não gera cheiro nem fumaça, mas demanda um sistema de exaustão para que os gases resultantes dela sejam eliminados. “Nos apartamentos, é comum embutí-lo nos dutos da churrasqueira ou da lareira. Nas casas, fazer um buraco de 8 cm de diâmetro na parede para instalar o duto é suficiente”, explica Rizzon.
Um calefator com capacidade para manter a temperatura de uma casa de 60 m² a 20°C custa cerca de R$ 7,3 mil.
Fonte: Gazeta do Povo