O assalto ao Edifício Vivendas Bela Vista, no bairro Rio Branco, em meados de março, acende o alerta para medidas de proteção que podem ajudar a inibir esse tipo de ataque por criminosos. Nesse contexto, segundo especialistas, a tecnologia é uma grande aliada, mas nada substitui o cuidado e a prevenção realizada pelos próprios moradores.
O mercado de segurança imobiliária oferece uma série de dispositivos para vigilância de prédios e condomínios. De acordo com o gerente comercial da Rudder, Miguel Louzado Júnior, empresa especializada em segurança patrimonial, é fundamental que as medidas não sejam implantadas de forma isolada ou por leigos.– Tem que consultar profissionais especializados para verificar, com base técnica, as ações mais adequadas conforme as peculiaridades de cada prédio – ressalta.
Para o especialista em segurança estratégica, Gustavo Caleffi, mais importante que as tecnologias adotadas é a conscientização dos condôminos.– O principal segredo está na consciência dos moradores em saber que segurança se faz, como se diz no setor, 24 por sete, todas as horas de todos os dias da semana. É muito comum as pessoas abrirem mão de procedimentos em nome de conforto, mas nunca se sabe quando o criminoso vai agir – opina Caleffi.
Procurada pela reportagem, a Banco Imobiliário – empresa responsável pela administração do condomínio Edifício Vivendas Bela Vista – informou que considera as medidas de segurança sigilosas e não comentaria o assunto.
Confira medidas que podem elevar o nível de proteção de um imóvel
– É importante contratar uma empresa especializada que verifique antecedentes policiais e criminais do profissional. O porteiro precisar estar capacitado para lidar com os equipamentos de segurança de prédio (eclusas, passa-volumes, câmeras etc).
– Ele também precisa receber orientação suficiente sobre as pessoas que costumam frequentar o prédio. Mesmo quando a identificação é exigida, há bandidos que se passam por funcionários de empresas públicas ou privadas.
– Conforme o tamanho do condomínio, além das portarias fixas, é necessário um serviço de rondas. São vigilantes que circulam pelo perímetro e podem, inclusive, portar armas de fogo – esse serviço é fiscalizado pela Polícia Federal e não pode ser realizado por porteiros.
– Durante as rondas, o vigilante também pode portar um dispositivo eletrônico que registra a rota a ser realizada. Caso o profissional seja rendido e não complete o percurso, o sistema aciona a empresa responsável.
– Sensores de alarme instalados em todos os acessos e portas de entrada e saída do edifício. Em portões e portas de garagem, por exemplo, o morador aciona a entrada com controle remoto e, uma vez dentro do prédio, tem um determinado tempo para ir até um teclado e digitar uma senha. Caso isso não seja feito, aciona-se um alarme com sirene e a empresa é comunicada para deslocar uma equipe até o local.
Equipamentos para abertura remota de portões produzidos exclusivamente pela fábrica, com frequência única e fechada. Nos controles remotos comuns, a frequência é aberta e pode ser replicada. Isso facilita a clonagem dos dispositivos.
– É um dos equipamentos mais comuns. Funciona não apenas como uma barreira física, mas também psicológica, em função da ameaça de choque. Não inibe, porém, bandidos armados que usam a força e rendem moradores para invadir o prédio. Deve ser instalada por empresa especializada e receber manutenção periódica.
– É recomendável que a cerca tenha monitoramento eletrônico. Dessa forma, quando um invasor cruza a barreira, dispara uma sirene e a empresa responsável pela vigilância recebe um alerta.
– Existe também a opção cercamento infravermelho, que torna a cerca invisível, mas mantém sensores para identificar as tentativas de invasão.
– Funciona 24 horas e é interligado à central de monitoramento. Quando um morador ou o porteiro aciona o botão, a empresa de segurança é comunica de forma silenciosa. Pode ser instalado na guarita dos porteiros e nos controles remotos utilizados pelos moradores.
– Inibem os ladrões e, em caso de roubo ou furto, auxiliam a polícia. Devem ter visão noturna, dispositivo alternativo de energia e estar posicionadas para captar os acessos e a rua. Para ajudar na prevenção, pode-se ter o circuito de TV constantemente monitorado por alguém que possa acionar a polícia, o que encarece o serviço.
– Outra solução é a interligação do sistema de câmeras com o alarme monitorado. Dessa forma, quando há uma invasão e o alerta é acionado, a empresa responsável inicia a gravação remota das imagens. Isso preserva o registro mesmo que os criminosos levem os equipamentos da central instalada no prédio. Também há opção da empresa de fazer backup 24 horas de imagens, mesmo que não haja invasões.
– Além disso, alguns sistemas permitem que os moradores tenham acesso às imagens pela internet, tanto no computador quanto no celular.
Os moradores têm digitais registradas e um leitor é instalado nos acessos do prédio para permitir o ingresso apenas de pessoas cadastradas. Integrado ao sistema de alarme monitorado, também há opção de fazer a abertura da porta com acionamento de alarme silencioso para o caso de morador estar refém de algum invasor. O morador cadastra as digitais de dois dedos diferentes: uma para abertura regular da porta, e outra para emergência, que libera o acesso mas alerta a empresa de monitoramento.
São corredores gradeados com dois portões, na frente e no fundo. Quando alguém passa pelo primeiro, o outro fica trancado até que o primeiro se feche. Podem ser para pedestres ou para veículos. Para condomínio com muito fluxo, se torna inviável.
Exige um investimento maior (muitas vezes acima de R$ 40 mil), mas oferece proteção contra tiros e geralmente conta com passa-volumes para evitar o contato com carteiros ou entregadores – que algumas quadrilhas já usam como disfarce para assaltos.
Evita que alguém esqueça a porta do prédio ou da portaria aberta, dificultando o acesso aos ladrões, mas o nível de segurança é baixo. Mesmo que a fechadura não tenha sido girada, trava a porta e só permite a abertura por meio da chave. É importante que haja uma fonte de energia auxiliar para manter o funcionamento do sistema mesmo que haja falta de luz.
Sistema de fechadura de funcionamento idêntico ao eletromagnético, mas cria uma campo de resistência que suporta forças a partir de 150 quilos.
Fonte: Obras24horas