Entre janeiro e outubro de 2013, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) atendeu 3.795 ocorrências catalogadas como incêndio urbano. Ao menos 18% do atendimento, tinha a ver com vazamentos de gás liquefeito de petróleo (GLP), segundo dados estatísticos divulgados pelo CBMDF.
Muito embora os dados não sejam alarmantes, alguns casos ocorridos no fim do ano passado, chamaram a atenção da população, entidades como o Sindicondomínio-DF e de órgãos de defesa para os cuidados e manutenção dos equipamentos de uso do gás.
O presidente do Sindicondomínio-DF, José Geraldo Pimentel, explica que é comum síndicos e moradores optarem por soluções baratas para a realização de instalações e manutenção de redes e equipamentos de gás. Não obstante, ele afirma que o procedimento deve ser acompanhado por profissionais especializados e em conformidade com as normas determinadas pela ABNT.
De acordo com Pimentel, o problema torna-se ainda mais grave por conta da falta de fiscalização junto às empresas distribuidoras de gás. Segundo o presidente do sindicato, equipamentos como registro e mangueiras de gás, dispõem de um período de vida útil e devem ser substituídos em um determinado tempo. Entretanto, este serviço, nunca deverá ser realizado pela própria dona de casa, mas sim, por um técnico. “A preocupação é justamente para que os técnicos possam realizar a entrega e a instalação do botijão, assim como dos equipamentos”, explicou.
Dicas do CBMDF
O GLP é mais conhecido no Brasil como “gás de cozinha”, por sua ampla utilização em cocção. Normalmente comercializado em botijões e no estado líquido, torna-se gasoso à pressão atmosférica e temperatura ambiente. O gás dentro do recipiente encontra-se no estado líquido e no de vapor. Do volume total do recipiente, 85%, no máximo, é de gás em fase líquida, e 15%, no mínimo, em fase de vapor. Isso constitui um espaço de segurança que evita a pressão elevada dentro do recipiente. Nunca se deve utilizar ou transportar o botijão deitado, isso poderá prejudicar o funcionamento do regulador de pressão que somente funciona na fase gasosa, causando um acidente.
O GLP e o botijão são produtos seguros, desde que sejam respeitadas as regras mínimas. Se houver um grande vazamento em um ambiente não ventilado, o gás, por ser mais pesado do que o ar, se acumulará a partir do piso. Assim, qualquer chama ou faísca poderá provocar uma explosão e consequentemente um incêndio. Sempre coloque o botijão em locais ventilados, para que em caso de vazamento não ocorra o acumulo de gás.
Basculantes e janelas deverão permanecer abertos enquanto o fogão estiver sendo utilizado. Nunca armazene botijões em locais fechados e nem os coloque próximos a tomadas, ralos e grelhas de escoamento de água, a distância mínima recomendável nesses casos de 1,50 metros.
Prefira colocá-los do lado de fora da residência, em um abrigo construído exclusivamente para eles. A mangueira não pode passar por trás do fogão, o calor danifica o plástico, derretendo e provocando rachaduras e possíveis vazamentos. Quando for inevitável passar a tubulação de gás por detrás do fogão, utilize tubo flexível metálico. As instalações de gás deverão ser realizadas por pessoas qualificadas.
Antes de trocar o botijão, verifique se todos os queimadores estão desligados. Feche o registro do gás e em seguida, remova o lacre do botijão cheio. Retire o regulador do recipiente vazio e encaixe-o verticalmente sobre a válvula do que irá substituir. Gire a borboleta para a direita até que fique bem firme. Use apenas as mãos, e nunca ferramentas para atarraxar. É normal que escape um pouco de gás no momento em que o conector pressionar a válvula.
Fonte: Jornal da Comunidade