Norma em consulta deve guiar reformas

Região central da cidade do Rio de Janeiro, noite de 25 de janeiro de 2012: o edifício Liberdade, de vinte andares, ruiu e levou abaixo duas construções vizinhas, uma de quatro andares e outra de dez, deixando 17 mortos e cinco desaparecidos. Os responsáveis pela empresa que fazia a reforma de um dos andares e […]

Região central da cidade do Rio de Janeiro, noite de 25 de janeiro de 2012: o edifício Liberdade, de vinte andares, ruiu e levou abaixo duas construções vizinhas, uma de quatro andares e outra de dez, deixando 17 mortos e cinco desaparecidos. Os responsáveis pela empresa que fazia a reforma de um dos andares e derrubou pilares e paredes estruturantes foram denunciados pelo Ministério Público (MP) como causadores da tragédia.

construção 1Está em consulta nacional, até hoje (8), o “Projeto Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos”, destinado a disciplinar o mercado nas ações necessárias antes, durante e depois da reforma de edifícios. Tratado como pioneiro pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o documento foi elaborado no âmbito do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02).

De acordo com a entidade, o projeto também oferece orientação à perda de desempenho decorrente das ações gerais de intervenção ou pontuais nos sistemas, elementos ou componentes da edificação; planejamento, projetos e análises técnicas de implicações da reforma na edificação; alteração das características originais da edificação ou de suas funções; descrição das características da execução das obras de reforma; segurança da edificação, do entorno e seus usuários; registro documental da situação da edificação, antes reforma, dos procedimentos utilizados e do pós-obra de reforma; e supervisão técnica dos processos e das obras.

Coordenador da Comissão de Estudo responsável pelo projeto, o engenheiro Ricardo Pina, destacou que o processo começa antes da reforma, com análises feitas por quem conhece em detalhes o projeto da edificação e sua metodologia e tecnologia construtiva referente à época da construção. Segundo ele, isso vale para reformas de edificações com um, dois, trinta, cinquenta, cem anos ou mais.

“Imagine uma metodologia atual de construção (concreto protendido) e você, daqui a 50 anos vai reformar um edifício e resolve demolir parcialmente uma laje de concreto nessas condições, sem os conhecimentos desta época. Qual seria o resultado?”, questionou Pina.

O coordenador do projeto reiterou que uma empresa jamais deve iniciar uma obra de reforma sem antes fazer as análises de engenharia que identificam o comportamento dos sistemas construtivos ali existentes e seus limites. “Assim os riscos inerentes às intervenções serão identificados antes de se por a mão na massa”, justificou o engenheiro.

A futura norma está voltada para quem contrata uma obra de reforma, apontando a necessidade de análises feitas por um profissional habilitado para sistemas que exigem estabilidade e segurança, principalmente. De acordo com Pina, para quem tiver dúvidas ao contratar serviços de reforma, a norma servirá de guia, identificando as etapas importantes, os riscos, e ajudando o contratante em suas atribuições. “Para aqueles que praticam sem critério, só os resultados poderão fazê-los mudar de ideia”, advertiu.

Fonte: Folha do Condomínio

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