O mercado de tecnologia evolui e oferece inúmeras opções de vigilância em condomínios. Desde câmeras de monitoramento e alarmes a acesso biométrico não faltam aparatos, que estão com preços cada vez mais acessíveis. Atualmente, é possível adquirir um sistema de câmeras por R$ 1 mil. Mas por si só esses aparelhos não impedem situações de furtos e invasões. Ainda é preciso a colaboração de moradores e funcionários. Comportamentos que desrespeitam as regras de segurança podem colocar em xeque todo um sistema preventivo e deixar abertas as portas para a criminalidade.
Conforme o diretor das Escolas de Formação do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de Santa Catarina (Sindesp SC), o Oficial da Reserva do Exército Joneval Barbosa de Almeida, o melhor resultado em segurança é alcançado ao se equalizar a implantação de sistemas eletrônicos com meios humanos e organizacionais (normas e procedimentos). Nessa tríade, as atitudes dos condôminos ganham destaque, assim como a de porteiros e vigilantes.
Todo o esquema preventivo começa no controle de acesso. “Pesquisas apontam que a portaria é o ponto mais vulnerável dos condomínios. É por ali que entram e saem todos os moradores, prestadores de serviços e visitantes. É também por ali, pela falta de estrutura técnica e organizacional, que entram as ameaças”, explica Almeida, que também é consultor de segurança condominial.
Normalmente o acesso de criminosos é facilitado pela postura inadequada de funcionários e moradores. “É pelo funcionário que vai colocar o lixo na rua e deixa o portão aberto, ou o morador que sai sem trancar a porta”, acrescenta o coronel da Reserva da Polícia Militar de Santa Catarina, Fernando José Luiz, especializado em consultoria de segurança e análise de risco em condomínios.
Por isso, as empresas de serviços terceirizados estão investindo em capacitações de profissionais para condomínios. “As empresas entendem que o diferencial está na qualidade do serviço prestado e, por consequência, investem na formação desses profissionais”, observa Almeida.
De acordo com o coordenador do Programa de Especialização e Segurança da Unisul Virtual, Giovani de Paula, os moradores precisam enxergar a segurança como um dever do Estado sim, mas também uma responsabilidade de todos.
Para o especialista, as barreiras contra invasões e o comportamento preventivo dentro dos condomínios diminuem os riscos das pessoas serem alvos de criminosos dentro dos prédios, mas é preciso ir além quando se trata de uma região segura, para que os moradores não fiquem presos dentro de seus próprios condomínios. Nessa linha de análise, a ocupação do espaço social onde os condomínios estão inseridos faz toda a diferença.
O especialista sugere a participação dos condomínios nos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) e colaboração na busca por melhorias na mobilidade, educação e emprego na comunidade. “É preciso trabalhar a cidadania na integralidade e pensar na segurança pública com interação da comunidade”, destaca.
● Para que sejam eficazes, é importante que as normas de segurança do condomínio sejam de conhecimento de todos os moradores. Estes devem compreender as regras e praticá-las
● Os acessos do condomínio, áreas comuns abertas e as garagens devem ser bem iluminados
● Locais críticos ficam mais seguros se monitorados por câmeras de segurança e sistemas de alarmes
● Recebimento de encomendas deve ser em área própria, sem contato físico com o entregador
● Porteiros e demais funcionários devem ser orientados sobre as artimanhas utilizadas pelos infratores e as providências a serem tomadas em caso de suspeita de crime
● Pessoas e veículos em atitude suspeita nas imediações do condomínio devem ser informados à Polícia Militar (disque 190)
● Pessoa estranha que pretenda visitar o morador deve previamente ser identificada pelo porteiro e autorizada a entrar pelo morador
● Atenção especial deve ser dada aos momentos de coleta de lixo, entrega de correspondência (Correios), serviço de água, energia, gás, internet, telefonia, TV a cabo etc. Muitos infratores usam desses expedientes para acessar o condomínio
● O estabelecimento de protocolos para identificação e recebimento das visitas, entregas, serviços e outras atividades é essencial para a segurança. Todos devem colaborar.