No último censo do SíndicoNet, o levantamento mostrou a proporção de 60% de homens para 40% de mulheres. Em 2003, a proporção era de 70% de homens para 30% de mulheres na função – um aumento de quase 30% em dez anos é bastante significativo.
E não é apenas no censo do SíndicoNet que a balança está cada vez mais equilibrada entre os gêneros – em algumas administradoras já há cerca de 45% de síndicas, o que mostra como a gestão feminina funciona bem – e que a tendência é que o número de homens e mulheres exercendo a função se aproxime cada vez mais.
Porém, mesmo sendo natural que a mulher trabalhe em qualquer ambiente e posição, o machismo ainda está presente em diversos locais da nossa sociedade. Muitas vezes o incômodo de ter de se relacionar com uma mulher no trabalho como colega ou como chefe ainda existe – e não deixa de desanimar um pouco aquelas que têm competência e habilidade para trabalhar e capitanear equipes.
Por isso, em alguns casos a gestão feminina ainda recebe um pouco de resistência, mas nem por isso as mulheres devem se sentir desencorajadas a trabalhar em qualquer posto.
E como as mulheres estão em todos os locais, atuando com extrema competência, não poderia ser diferente da gestão de condomínios.
Veja abaixo algumas características do que os especialistas em condomínios acreditam serem contribuições positivas da gestão feminina
“Acho que a mulher tem um papel tem um jeito diferente de gestão, integra melhor os funcionários e são mais detalhistas. O homem passa as ordens e muitas vezes acham que está feito. A mulher é mais integrada a equipe. Outra coisa é fazer pesquisas de satisfação – elas sempre acham uma boa ideia ouvir o que os moradores têm a dizer. O cuidado com os uniformes também é mais rigoroso”
Rosely Schwartz, especialista em gestão condominial
“ A gestão feminina de condomínios também é ótima. A mulher leva a sua sensibilidade para a administração do local, o olho para o detalhe. Dessa forma o condomínio está bem cuidado sempre”
Angelica Arbex, gerente de condomínios da Lello condomínios
“Acho uma responsabilidade e uma honra poder ser síndica do nosso condomínio. Cuidar do patrimônio de todos, e de tantos funcionários, ver as coisas melhorando, aprender sempre algo novo é muito desafiador. Vou tentar mais uma gestão”.
Eleonor Mendes, 56, síndica
“Já fui síndica uma vez em outro condomínio e aqui precisei tentar duas vezes antes de me eleger. É a primeira vez que o condomínio tem uma síndica, e alguns funcionários foram um pouco refratários no início, acho que por ser mulher e jovem pode incomodar aos mais velhos. Felizmente, esses dias ficaram para trás e hoje a equipe é integrada e as contas estão em dia. É o que importa!”.
Maria Clara Assunção, 34, síndica
“Aqui já é muita terceira gestão e nunca tive problemas por ser mulher. As encrencas que enfrentei sempre foram por outros motivos. Acho que a mulher é melhor síndica sim, por conseguir ouvir melhor o próximo e por saber pedir desculpas”.
Denise Braga, síndica
Fontes consultadas: Denise Braga, síndica, Maria Clara Assunção, síndica, Eleonor Mendes, síndica, Angelica Arbex, gerente de condomínios da Lello condomínios, Rosely Schwartz, especialista em gestão condominial, José Roberto Graiche, Gabriel Karpat, diretor da administradora GK e colunista SíndicoNet, Gabriel de Souza da administradora Prop Starter. SindicoNet