A experiência adquirida por síndicos e administradores profissionais, ao lidar com diversos condomínios de diversos locais e perfis por muitos anos, produz um conhecimento muito útil também ao síndico “leigo”. O que eles têm a dizer àqueles que não possuem ainda muita experiência em condomínios? Manter um bom relacionamento com os moradores, funcionários e prestadores de serviços é o item mais importante, mantido pelo diálogo. Confira algumas sugestões:
Saber ouvir as partes
Quando há problemas no condomínio, o síndico precisa entender os fatos, para além das versões que uma ou outra parte do problema produzem. Por exemplo: quando um morador reclama repetidamente do barulho feito por outro, não aplicar uma advertência imediatamente. Investigar o que cada lado tem a dizer e observar o comportamento de cada um, e ouvir um terceiro, como o zelador. Assim, o síndico evita tomar partido muito explicitamente. Se necessário, o Conselho pode se reunir para auxiliá-lo em decisões difíceis.
Ter uma boa comunicação com o zelador
Este profissional é a ponte entre o síndico e os condôminos e com os funcionários. É ele quem mais circula entre todos, quem recebe primeiro as informações, opiniões, reclamações. O síndico pode fazer dele sua comunicação informal. Ao mesmo tempo, é preciso que ele tenha autonomia para resolver pequenos problemas e tomar providências cotidianas, evitando o acúmulo para o síndico.
Transparência nas prestações de contas e nas atitudes
Saiu de moda a figura do síndico linha-dura, centralizador e acima de qualquer suspeita, a quem a maioria dos condôminos assinaria um cheque (ou uma procuração) em branco. O país se democratizou, e por outro lado, houve o crescimento da corrupção em todos os setores. Portanto, o que as pessoas esperam é clareza e honestidade nas prestações de contas à assembléia, anualmente, e sempre que inquirido por esta. Tomar decisões importantes sempre com a assembléia, sem paralisar a gestão, mas tendo a paciência de dividir o poder para mais tranqüila e seguramente gerir o bem comum.
Paciência
Se for necessário explicar um determinado ponto 10 vezes, faça isso. Em um condomínio, convive-se muitas vezes com pessoas provenientes de diferentes culturas e níveis educacionais. Assim, é preciso perceber que nem todos entendem nossas intenções imediatamente, às vezes é preciso de um bom tempo e insistência paciente para nossa “mensagem” ser assimilada.
Conhecer os condôminos
Cada morador tem sua personalidade, e é preciso entender cada um e ajustar sua forma de negociar para cada tipo. Não adianta ter sempre o mesmo discurso. Sem abrir mão de seus princípios e idéias, aprenda a expô-los de acordo com o perfil do condômino, sua idade, sua profissão, sua família, seu modo de ser. Assim, se dobrar, você será flexível e ágil na sua comunicação, o que certamente trará mais compreensão.
Ser discreto
Não comentar com um condômino o que aconteceu com o outro, como por exemplo, visitas de oficiais de justiça, brigas de família, inadimplência. Por ser síndico, ele acaba recebendo muitas informações, mas cuidado com elas. Muitas podem ser inclusive boatos, lançados por alguém que espera que o síndico os espalhe. Ainda que ele pertença a um grupo dentro do condomínio, não está cuidando apenas dele, mas do todo – assim como o presidente não pode governar só para seu partido e só com ele. A discrição o ajudará a ter o respeito e a confiança de todos.
Fonte: Jornal do Síndico