Basta a temperatura começar a subir que a procura por aparelhos de ar condicionado aumenta e com o clima cada vez mais instável, os equipamentos deixaram de ser objetos de luxo tornando-se itens de primeira necessidade em residências, condomínios e edifícios comerciais.
A instalação do ar condicionado em apartamentos demanda um planejamento mais criterioso do que em residências. Nos condomínios as normas de instalação devem ser discutidas e definidas em assembleia. Os locais de instalação, por exemplo, devem ser padronizados de modo que não comprometam a estética e a segurança do prédio ou da fachada. No entanto, cada condomínio tem o seu próprio padrão.
Segundo André Henrique Bräscher, assessor jurídico do Sindicato da Habitação de SC (Secovi/SC), o art. 10, inciso I da Lei 4.591/1964 veda a qualquer condômino alterar a forma externa da fachada, exceto se aprovado por unanimidade em assembleia. “A proibição e o quórum decorrem da necessidade de manter a uniformidade na aparência estética do conjunto, que não poderia ficar à mercê do gosto de cada morador. Embora vigore a norma legal, a sua aplicação deve ser feita de forma cautelosa”, esclarece.
O advogado explica que, no caso de edifícios que não possuem área específica e a convenção não dispõem sobre o assunto, os moradores devem informar o síndico sobre o local de instalação. Nos condomínios que possuem regras já aprovadas e os moradores agem por conta própria, eles podem ser notificados pelo síndico para que a obra seja desfeita, sob pena de medidas judiciais cabíveis. “A sugestão é que seja elaborado um projeto estrutural e estético para apresentação em assembleia. Assim, se aprovado, aqueles que optarem pela instalação deverão cumprir as especificações do estudo”, orienta.
Prédios novos, por exemplo, já possuem as esperas para splits, ou seja, todas as tubulações de cobre e drenagem já foram colocadas durante a obra, e existe também um local específico para instalação da unidade evaporadora (interna) e condensadora (externa). Segundo Glaucia da Rosa, da empresa AJL Ar Condicionado, os prédios onde o previsto são os modelos de janela geralmente já possuem pontos elétricos e de drenagem específicos para esse tipo de ar condicionado.
Em prédios onde o local para o ar condicionado não está previsto na planta, é necessário verificar se o projeto elétrico é adequado para suportar a carga elétrica adicional. Ela ressalta a necessidade de verificar, ainda, se o projeto estrutural comportará os equipamentos para não haver interferências em vigas e pilares e se é possível implantar o projeto para recolhimento da drenagem interna e externa. “Podem existir riscos quando a estrutura do prédio é danificada, ou seja, quando são feitos furos e obstruções em vigas e pilares estruturais. Por isso, a instalação de ar condicionado exige mão de obra qualificada, principalmente nos modelos split, para os quais é necessária a visita técnica para verificar a melhor opção para cada prédio”, explica Glaucia.
Outro ponto importante a ser observado nos aparelhos é a manutenção. Quando realizada de maneira preventiva, aumenta a vida útil dos equipamentos, diminui o consumo de energia e evita problemas respiratórios, mofo e outros incômodos que podem surgir com a falta de circulação do ar. “A limpeza do ar condicionado é importante para a saúde, pois evita ácaros, fungos e impurezas no ar. A manutenção anual é a recomendada para ambientes residenciais, como no caso dos condomínios.”, explica.
No condomínio Antônio Apóstolo, no Centro de Florianópolis, a orientação aos moradores ainda é feita informalmente, pois ainda não há uma regra para a instalação dos aparelhos. “Pretendemos realizar uma assembleia para definir as regras formalmente, mas enquanto isso não acontece, orientamos os condôminos a respeito dos locais mais adequados, pois nossa convenção não permite alteração da fachada”, explica o síndico Edyson Ayres de Liz.
No Residencial Dona Rosa, também no Centro da capital, o síndico Claudemir Basso relata que a construção original do imóvel disponibiliza espaços para os aparelhos de janela, no entanto, foi necessária a realização de uma assembleia para definir e padronizar os locais para instalação dos modelos split. Além disso, o condomínio também possui horários específicos para que os equipamentos possam ser instalados.
Fonte: CondomínioSC