É importante que o morador que está em trânsito comunique com antecedência a secretaria do condomínio e consulte o Regimento Interno. Uma mudança representa muito mais que uma simples alteração de endereço.
Com frequência, trata-se do início de toda uma nova etapa da vida, que não raro está relacionada a questões importantes como novo local de trabalho ou uma escola diferente para as crianças, além de adaptações inevitáveis, como conviver com uma vizinhança diferente.
O próprio processo de fazer a mudança pode ser uma fonte de preocupações e transtornos, se não for realizado de forma planejada e organizada. Pode-se perder ou quebrar um objeto de valor, riscar a parede do corredor com os móveis, inclusive ter o caminhão mandado de volta por estar fora do horário permitido pelo condomínio.
Não basta colocar todos os objetos em caixas, empilhá-las e esperar pelo caminhão. No caso de condomínios verticais, o síndico deve estar atento, pois a mudança implica no trânsito de pessoas estranhas pelas áreas comuns. Além disso, o transporte de caixas, móveis, eletrodomésticos e outros objetos torna o uso do elevador concorrido. A presença do gestor do condomínio, tanto na chegada de novos moradores quanto na partida dos antigos, é de importância fundamental. Uma mudança bem-sucedida exige rigor no cumprimento das regras do condomínio.
Antes que a mudança seja feita, é importante que o morador que está em trânsito comunique com antecedência a secretaria do condomínio e consulte o Regimento Interno. A síndica-geral do Condomínio Argus, um dos maiores de Florianópolis, com mais de 2.000 moradores, Mercedes Luiza Scartazzini, diz que a falta dessa verificação é o problema mais comum.
Ela recomenda que as imobiliárias, tanto a do imóvel antigo quanto a do novo, observem o regimento e repassem as regras aos clientes. “Quando isso não ocorre, o cliente coloca a culpa na imobiliária e vice-versa, vira um jogo de empurra”, lamenta. A síndica garante que já houve casos em que o caminhão de mudança foi mandado de volta porque estava fora dos horários pré-estabelecidos para partidas ou chegadas. “Até entendemos que as pessoas trabalham e têm pouco tempo, mas é preciso respeitar os moradores, que podem estar dormindo ou descansando, senão vira um canteiro de obras”, explica a síndica. De forma geral, os condomínios permitem a mudança durante a semana, dentro do horário comercial. O Regimento do Argus também prevê que os caminhões fiquem na avenida geral para que não arranhem o calçamento do estacionamento.
Mercedes diz que, como o condomínio tem 34 blocos, não costuma participar diretamente das mudanças, mas sempre há um subsíndico dando orientação e verificando se as regras estão sendo cumpridas, se nenhum objeto foi quebrado e nem houve arranhões nas paredes, etc.. “Deixamos claro que, se a pessoa causar algum estrago, tem que arcar com as consequências”, assegura. Havendo comunicação entre o morador em mudança e a secretaria do condomínio, é possível criar até facilidades para tornar o processo mais tranquilo.
Há condomínios que reservam elevador de serviço e disponibilizam carrinho de mão para levar os objetos, ou mesmo colocam cones em frente ao condomínio para que se possa estacionar. O elevador, aliás, é um local que tem grande possibilidade de sofrer arranhões e amassados durante uma mudança. É recomendado colocar protetores nesse espaço. Dependendo do tamanho do caminhão, em certos condomínios é permitido entrar com ele no estacionamento. Fica mais difícil oferecer essas vantagens, no entanto, se houver mais de uma mudança no mesmo dia, outro motivo pelo qual é importante avisar com antecedência. Mercedes garante que, na grande maioria dos casos, as mudanças feitas no Argus têm sido tranquilas e dentro do Regimento Interno.
Há síndicos que agem de forma preventiva e, assim que um apartamento é vendido ou alugado, encaminham ao novo morador o regulamento dos dias e horários permitidos para mudanças, antes mesmo da pessoa vir para o endereço.
SEGURANÇA
A segurança também é um forte motivo de preocupação, pois criminosos podem se aproveitar do momento em que o condomínio “baixa a guarda” para a realização da mudança. O síndico deve ser informado pelos proprietários ou imobiliárias para quem o apartamento foi vendido ou alugado, sobre o dia e à hora da mudança. A portaria deve ser comunicada com no mínimo 24 horas de antecedência sobre o nome da transportadora responsável, nome completo e RG dos carregadores, para que possam ser verificados os vínculos empregatícios com a empresa. Saber quem entra no prédio é importante.
A pessoa que vai se mudar também deve sempre pesquisar antes de contratar a empresa responsável pelo serviço, verificar sua idoneidade junto ao Procon local e prestar atenção em recomendações de amigos e familiares. Há transportadoras que contratam pessoas de maneira informal, como um “bico”, que trabalham por dia, não são funcionários da empresa e às vezes sequer têm RG, são conhecidos como “chapas”. O portão também não pode ficar aberto o tempo todo, sendo importante ter um faxineiro junto ao local, avisando por rádio à portaria sobre o momento certo de abrir ou fechar.
DICAS PARA QUEM VAI SE MUDAR
OBJETOS: Junte documentos, jóias, objetos de valor e armas em um local de confiança. Separe roupas e objetos que serão usados no dia da mudança. Faça uma lista e coloque tudo numa mala. Desligue a geladeira e o freezer com um dia de antecedência. Depois que estiverem secos, deixe as portas abertas para evitar mofo. Na nova residência, ligue esses aparelhos somente duas ou três horas depois de instalá-los. No caso de viagens longas, recomenda-se usar carvão vegetal para evitar odores ou mofo.
Vede totalmente frascos de perfumes e bebidas. No caso de medicamentos, deixe-os à mão para o caso de uma emergência. Não guarde alimentos perecíveis. Há empresas que oferecem profissionais que ficam responsáveis por retirar e embalar louças, cristais, quadros, objetos de arte, vidros, peças de mármore e objetos frágeis: Não tente dobrar ou manusear colchões. A empresa cuida disso. Também há empresas com profissionais capacitados para desmontar móveis convencionais, como camas. Se for feito sob medida, é o caso de chamar um técnico especializado. É aconselhável colocar etiquetas nas caixas identificando o que cada uma contém;
CRIANÇAS/ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO: É melhor que as crianças fiquem na casa de um parente ou amigo durante a mudança. No caso dos animais, veja se estão vacinados e deixe-os num lugar seguro;
CORRESPONDÊNCIA: Peça ao zelador ou síndico que guarde a correspondência que chegar ao endereço antigo para ir buscar depois. Procure o posto dos correios mais próximo da residência antiga e peça que a correspondência seja encaminhada ao novo endereço;
LINHA TELEFÔNICA: Peça a retirada da linha com antecedência de 5 dias úteis. Assim que o telefone estiver instalado no novo imóvel, solicite a religação (que não é feita no mesmo dia). Algumas empresas de telefonia cobram taxas pela transferência e pelo religamento da linha;
INTERNET BANDA LARGA/TV POR ASSINATURA: consulte a central de atendimento da empresa para verificar se o bairro para o qual vai se mudar tem o(s) serviço(s) disponível;
ATUALIZAÇÃO: informe o novo endereço aos bancos, clube, convênio médico, empresas onde mantenha assinatura de jornais e revistas, etc.;
SEGURO DO IMÓVEL: transfira ou faça um para o novo endereço;
VISTORIA DO IMÓVEL: solicite junto à empresa responsável pela mudança, a definição do número de funcionários necessários, tamanho do caminhão, etc.. O orçamento deve ser o mais detalhado possível.
Fonte: CondomínioSC