Temporadas de chuvas fortes costumam trazer muitos problemas, principalmente nos meios urbanos. Por conta do lixo acumulado nas tubulações, muitos sistemas de drenagem de algumas ruas das cidades não dão conta de escoar toda a água da chuva, transbordando bueiros e inundando vias. Com isso, muitos condomínios também acabam tendo dificuldades com alagamentos, principalmente em edifícios que possuem garagens subterrâneas.
Lauro Luiz de Andrade, síndico do condomínio Saint Denis em Florianópolis, teve que lidar com situações decorrentes das chuvas intensas recentemente e ainda está em busca de soluções. Segundo ele, não houve entrada de água da rua para as garagens, mas a água da chuva ficou acumulada sobre a entrada das garagens subterrâneas do condomínio. O fato aconteceu devido ao sistema de drenagem do edifício que fica no subsolo e foi mal projetado. “Estamos analisando as soluções para resolver o mais rápido possível”, declarou o síndico.
De acordo com a engenheira Heloísa Dal Molin, os danos mais comuns costumam ser nos pisos de subsolo, por falta de limpeza nas caixas e obstrução de poços de captação de água da chuva. Segundo a especialista, os riscos podem ser reduzidos com a manutenção dos ralos de terraços, retirando resíduos, com a limpeza de calhas de telhados, de caixas de passagens de água da chuva, caixas de esgoto e de gorduras. Além disso, a verificação de poços pluviais existentes no subsolo e a checagem do funcionamento de bombas submersas, que são de grande importância em caso de inundação de garagens.
Fernando da Cunha, ex-síndico do edifício Dona Otília, precisou lidar com o problema por falta de bomba de sucção. “Quando construíram o prédio, ligaram nossa tubulação à outra que desce do morro e passa por baixo do prédio e, como o edifício fica mais abaixo, com as chuvas, a água desce com força e entra na garagem subterrânea”, explica Fernando.
Segundo o ex-síndico, a situação está sendo resolvida aos poucos, pois, para solucioná-lo completamente, ou bloqueiam a rede pluvial da prefeitura ou mudam toda a tubulação do prédio, que é uma obra muito cara. “Estamos estudando colocar uma bomba, no entanto, a rede pluvial é bem poluída e, junto com a água, vêm pedaços de madeira, plásticos, entulhos, e infelizmente com esses materiais não há bomba que aguente”, relata Fernando.
De acordo com Heloísa, a manutenção é importante para evitar danos maiores às instalações do condomínio. Mas quando a inundação já aconteceu, a recomendação da engenheira é desligar as bombas que jogam água para a caixa quando a cisterna do prédio também está localizada no subsolo, pois além de a água da enchente poder contaminar a cisterna, também vai contaminar canos e a caixa d’água do prédio.
“Numa emergência, quando não há bombeamento submerso, deve-se realizar a drenagem utilizando o bombeamento de sucção com caminhão a vácuo”. Ela lembra, ainda, que em caso de os poços de elevadores ficarem cheios de água, a primeira medida é desligar os equipamentos e, em seguida, entrar em contato com a empresa responsável para avaliar os estragos e evitar panes elétricas.
Fonte: CondomínioSC