Realidade cada vez mais evidente, principalmente nas grandes cidades, os edifícios residenciais vêm tomando o lugar das casas nos bairros mais valorizados. Segurança e custo menor de manutenção são algumas das vantagens dos prédios em relação às moradias unifamiliares. Mas muita gente não está disposta a perder comodidades como área aberta e de lazer. Com isso, as coberturas se tornam uma opção de quem quer viver mais centralizado sem abrir mão do conforto, aproveitando, ainda, todas a benesses dos condomínios verticais.
Vice-presidente das incorporadoras da CMI/Secovi-MG, Rodrigo Nunes acredita que as coberturas têm mercado garantido. “O que percebemos é que esse imóvel é um produto com endereço muito bem selecionado, exatamente por, historicamente, convergir para fatores como a comodidade de morar em um apartamento, mais seguro, poder morar em um grande centro e ter área de lazer com privacidade. Essa verdade fica ainda mais reforçada com o crescimento da cidade”, aponta.
Existem vários modelos de cobertura: linear, duplex, triplex e, mais recentemente, top house. O primeiro conjuga área coberta e livre em um só andar. O segundo, tipo mais comum no mercado, tem a área social, com quartos, salas e cozinhas, no primeiro pavimento, e área aberta e de lazer no segundo. O triplex conta com três andares, que podem ser projetados das mais variadas formas, inclusive com dois níveis com espaço livre. O último é mais novo no mercado e é a inversão do apartamento duplex.
“Esse tipo top house, que inverte a área social com a de lazer, é como se você estivesse numa casa mesmo. Já fizemos coberturas desse tipo em alguns empreendimentos, mas depende muito do projeto. Em termos de demanda, tem mais procura que a cobertura tradicional. Hoje, existem pucos empreendimentos nesse modelo, mas acho que, daqui em diante, é uma tendência. Quando o projeto permite, optamos por ela”, explica Lucas Couto, diretor comercial e de marketing da Patrimar Engenharia.
Geralmente, as coberturas têm uma variação de preço para os apartamentos tipo entre 1,5 e 1,8 vezes. “Depende do que a cobertura oferece, quais são os seus diferenciais. Mas, geralmente, os imóveis custam, em média, uma vez e meia o do apartamento-tipo do prédio”, afirma Nunes. Lucas Couto esclarece que o preço varia muito pela área coberta do imóvel, pois esses espaços têm custo maior de construção que o livre. As coberturas da Patrimar costumam ter o preço 1,7 vezes maior.
Como esses imóveis têm um diferencial grande de conforto em relação aos apartamentos-tipo dos edifícios, o mercado deles é garantido. E, mesmo com preço mais elevado, a busca se mantém alta. “O que sabemos pela prática e vivência no mercado imobiliário é que esse produto tem um endereço certo. O que isso quer dizer? Geralmente, ele é o primeiro imóvel a ser comercializado no prédio. Um edifício tem uma, duas, quatro coberturas, enquanto pode ter 80 apartamentos-tipo. O número de coberturas é menor, então é um tipo de imóvel que tem muita procura. A liquidez é muito boa. Sem dúvidas, é o imóvel mais cobiçado do prédio”, afirma Nunes.
Lucas Couto esclarece que, ao se lançar um empreendimento, as coberturas têm procura elevada, mas, depois de um tempo, a tendência é cair. Por isso, a Patrimar busca oferecer diferenciais que destaquem seus imóveis no mercado, como fazer o elevador social chegar até o último pavimento do apartamento. “Pode parecer uma coisa boba, mas chama muito a atenção. Historicamente, a cobertura tem um tempo de venda um pouco maior que o apartamento-tipo. Nos últimos dois anos, as nossas coberturas foram vendidas quase no mesmo prazo dos tipo. Mas isso depende muito do leiaute, do projeto. Existe uma ideia de que cobertura é mais difícil de vender, mas não é o que temos visto ultimamente”, completa.
Fonte: Estado de Minas, Lugar Certo