Na prevenção a assaltos não bastam equipamentos. Moradores e funcionários têm de estar comprometidos com o sistema
Uma das preocupações de quem vive nas grandes cidades são os assaltos. Muitas pessoas, inclusive, optam por morar em condomínios verticais para se sentirem mais seguras. Entretanto, nos últimos tempos, nem eles têm escapado dos ataques de grupos invasores que se aproveitam da entrada de algum morador ou de prestadores de serviço para assaltar.
Que cuidados e ações são necessários para que se evitem tais situações no condomínio?
O ponto de partida, sem dúvida, é a prevenção. Neste aspecto, o consultor de segurança Florival Ribeira aponta três pilares responsáveis por garantir a segurança no condomínio: pessoas conscientes, medidas e normas técnicas.
Uma vez que a segurança seja considerada um sistema, ela não funciona isoladamente apenas com o auxílio de equipamentos. Estes fazem parte de um processo maior e funcionam como ferramentas para ajudar na proteção local.
“É como dirigir ou andar de bicicleta. Você pratica todos os dias e não esquece, está internalizado em você. É o mesmo processo da segurança: se faz automaticamente”, explica Ribeiro.
Isso significa que, além dos equipamentos de segurança corretos e medidas como investir em guarita segura, câmeras e softwares, é preciso treinar os funcionários do condomínio e conscientizar os moradores com relação às regras adotadas.
Quando um morador começa a reclamar, por exemplo, de ter que buscar uma entrega porque o entregador não pode subir, ele está buscando a sua comodidade, mas colocando o condomínio em risco. O mesmo acontece se a portaria permite a entrada de potenciais visitantes sem autorização do morador.
Recursos auxiliares – Com relação à tecnologia, as câmeras de segurança são importantes, mas não precisam estar por toda parte. “Apenas quatro delas são essenciais para auxiliar a equipe de segurança: uma na entrada social e outra na de serviço, uma na garagem e outra que vá até o apartamento”, explica Florival Ribeiro.
Outro aliado importante nesse quesito é um software de identificação de quem entra e sai do prédio, uma tecnologia que, segundo Ribeiro, está presente em apenas 4% dos condomínios na cidade de São Paulo e que custa a partir de R$ 1.500,00.
A Troad Tecnologia, por exemplo, disponibiliza o “Portaria Online”, um sistema feito para cadastrar todos os moradores e visitantes das unidades. Com isso, o porteiro consegue identificar quem passou pelo local e tem o cadastro sempre atualizado.
Outros importantes aliados da segurança são o uso de biometria, senha e ponto eletrônico para o acesso de moradores e funcionários. O controle de entrada e saída dos veículos também deve conversar com esse software para minimizar os riscos de invasão.
De acordo com Gilberto Monteiro, da Troad Tecnologia, os controles de acesso vão desde sistemas simples de verificação de pessoas ou veículos, que incluem crachás com foto e lista de pessoas autorizadas a entrar em cada unidade, até sistemas mais complexos, que analisam os dados das pessoas de cada unidade e cruzam esses dados com a identificação visual em um monitor, ou os validam automaticamente pelo sistema.
A administração do condomínio deve ter em mente que independentemente do tipo de sistema escolhido, a capacitação da equipe que analisará as informações deve ser feita por profissionais treinados. “Controladores de acesso bem orientados e que dominam os recursos de segurança disponíveis são fundamentais para que tudo funcione de forma adequada”, afirma Monteiro.
E se mesmo com todos os cuidados tomados acontecer de um grupo invadir o prédio, Florival Ribeiro é categórico: “Ao acontecer o fato indesejado, a equipe de segurança e o síndico devem fazer novamente o curso de reciclagem para internalizar a conscientização e transmitir aos demais.”
Fonte: iCondominial