Gambiarras elétricas são comuns: conheça os riscos e elimine-as

A sobrecarga de tomadas é comum: verifique sempre a voltagem e a amperagem Em 2013, segundo dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para    os Perigos da Eletricidade), 592 pessoas    morreram em decorrência de choques elétricos  no Brasil. A entidade, contudo, diz que esse  número reflete somente uma parcela dos  acidentes de origem […]

A sobrecarga de tomadas é comum: verifique sempre a voltagem e a amperagem

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Em 2013, segundo dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para    os Perigos da Eletricidade), 592 pessoas    morreram em decorrência de choques elétricos  no Brasil. A entidade, contudo, diz que esse  número reflete somente uma parcela dos  acidentes de origem elétrica que acontecem no  país. Estima-se que o número seja de quatro a cinco vezes maior.

Grande parte desses incidentes poderia ser evitada se as “gambiarras” elétricas fossem erradicadas. O UOL e Casa Decoração elencou alguns dos perigos a que as pessoas se sujeitam no dia a dia e consultou especialistas que indicaram as consequências do descaso com a rede elétrica e deram dicas de como deixar sua casa mais segura. Acompanhe!

Erros de elétrica, suas consequências e soluções;

Deixar fios soltos e desarrumados

Fios soltos e extensões espalhadas por cômodos e garagens não são raros e podem provocar  acidentes: quedas de pessoas, choques e incêndios (quando o condutor de cobre está exposto).  “Os  fios elétricos devem estar sempre dentro de conduítes ou caixinhas. Em hipótese alguma eles  devem  ser deixados soltos por aí”, alerta o engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor do  Programa da  Casa Segura.

Usar benjamins indiscriminadamente

O uso do ‘T’ ou benjamim é temerário: “Quando se usa o pino multiplicador, a probabilidade de se instalar equipamentos que ultrapassem a potência máxima da tomada é bem maior”, diz o engenheiro Júlio Fonseca. O erro é achar que, com o benjamim, a capacidade da tomada se multiplica. A recomendação é utilizar esses dispositivos somente para ligar aparelhos de cargas baixas como TV, rádio ou abajur.Sobrecarregar a tomada com réguas e filtros de linha.
O cuidado com os benjamins, vale para as réguas e os filtros de linha. “Evite sobrecarregar as tomadas, ligando nas réguas apenas aparelhos de baixa potência, como carregadores de celular, notebooks e roteadores”, recomenda o eletricista Antônio Pinho. Se você tem uma régua com quatro saídas, lembre-se que cada uma delas deve ligar um eletro que exija, no máximo, 1/4 da capacidade total da tomada.

Deixar de instalar o Dispositivo Diferencial-Residual (DR)

Instalado no quadro de luz, o DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas não detectáveis pelo disjuntor, mas que podem causar choques. Embora seja de uso obrigatório desde de 1997, o DR nem sempre é usado em residências, em especial, nas construções informais. A boa notícia é que o DR, tão importante para evitar acidentes fatais, custa menos de R$ 100 e é fácil de instalar.

Não realizar o aterramento

O fio terra protege contra choques elétricos e é de uso obrigatório. Só que muitas vezes as pessoas acabam inutilizando o fio terra dos aparelhos ou não instalam um sistema de aterramento na residência. O fio terra deve ser instalado em todas as tomadas e pontos de energia da casa. “O dispositivo DR e o aterramento são equivalentes ao cinto e ao airbag em um carro”, afirma Hilton Moreno.

Não ter tomadas de uso exclusivo

Uma gambiarra corriqueira é a instalação de um equipamento de alta potência, como ar condicionado ou torneira elétrica, sem as adequações do sistema elétrico. O engenheiro Júlio Fonseca explica que tais aparelhos devem ter circuitos exclusivos: “Quando isso não ocorre há possibilidade de interrupção do fornecimento de energia do circuito ou, em casos extremos, há risco de sobrecarga e incêndio”.

Manter as instalações em desordem

A bagunça dentro das caixinhas de elétrica é outro problema comum nas casas brasileiras. Os aparelhos não deixam de funcionar por causa disso, mas é importante lembrar que a desordem pode diminuir a eficiência da rede. Além disso, cabos elétricos e caixinhas não são eternos e precisam ser substituídos ao fim de sua vida útil, o que acontece, em média, após vinte anos de uso.

Não fazer manutenção preventiva

Qualquer imóvel com mais de dez anos precisa passar por uma avaliação elétrica criteriosa e este diagnóstico deve ser repetido a cada cinco anos. Além disso, é importante ficar de olho no comportamento dos eletrodomésticos, dos disjuntores e das tomadas. Se eles esquentam mais do que o normal, é sinal de que algo está errado. Se o disjuntor desliga a toda hora, também é indício de problemas.

Executar as instalações de qualquer jeito

Para evitar que os condutores aqueçam muito, há nos quadros de luz os disjuntores ou fusíveis. Obrigatórios, esses dispositivos desligam a instalação sempre que a temperatura nos condutores atinge valores perigosos, ao ponto de derreter e expor o cobre. Além disso, as emendas dos fios não podem estar dentro de eletrodutos, ou seja, devem estar sempre nas caixas de passagens e ser bem isoladas.

Recorrer a eletricista amador

Precisa fazer um check up da rede elétrica de sua casa ou mesmo aumentar a quantidade de tomadas para comportar novos equipamentos? Procure um eletricista e fuja do “faz tudo”. E é sempre recomendável pegar referências prévias do profissional contratado: “Ter uma formação de eletricista no Senai é um bom indicador”, recomenda o engenheiro Hilton Moreno.

Fonte: Hilton Moreno, engenheiro eletricista e consultor do Programa da Casa Segura; Júlio Fonseca, engenheiro e diretor da Green Gold Engenharia Multidisciplinar; e Antônio Pinho, eletricista formado pelo Senai.

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