Por Hubert Gebara *
O mercado imobiliário brasileiro ainda oferece muito campo de aprendizado para aqueles que desejam um lugar de destaque em seus múltiplos segmentos. É um setor que se reinventa permanentemente e que tem demonstrado um fôlego exuberante ao longo de décadas.
O produto final e mais elaborado desse mercado é o condomínio. Considerado por muitos uma verdadeira escola de cidadania, o condomínio também está em permanente mutação. Esse tipo de moradia da era moderna reflete e influi na mutação das cidades onde são construídos. Com o adensamento urbano gerado pela valorização e consequente escassez do metro quadrado , ele se tornou uma tendência consolidada e um sonho de consumo para quem deseja morar nesse tipo de comunidade protegida contra a turbulência extramuros.
A tendência dos modernos condomínios está consolidada, mas está ainda muito longe de chegar ao seu formato final. Esse último formato flutua com o próprio perfil de seus públicos. Surgem novas e diferentes demandas. Em consequência, haverá nova arquitetura, novas metragens e novos elementos de lazer intramuros. Por enquanto, a família tradicional composta por jovens casais e filhos pequenos ainda é lugar comum nos anúncios de lançamento dos empreendimentos. Esse cenário logo vai mudar. Por uma razão simples e sólida: com o advento de novas minorias no espectro social, a família tradicional vai deixar de ser uma unanimidade no marketing dos lançamentos. A nova estratégia de vendas terá de anunciar um produto que já está se diversificando há algum tempo.
Não é o fim do mundo; é apenas um problema de marketing. A sociedade muda e, com ela, muita coisa também tem de se adaptar. Casais com vida diferenciada em termos conjugais estão se tornando realidade; casais com necessidades especiais, idem. Casais sem filhos podem desejar continuar assim; outros adotarão animais de estimação e vão exigir uma forma de moradia adaptada a essa demanda. Assim como a coleta seletiva, as bicicletas também estão exigindo espaço nos novos projetos.
Tanto quanto os novos projetos dos imóveis, os anúncios publicitários destinados a esses novos públicos serão diferentes. Os briefings dos anunciantes destinados às agências de propaganda que vão bolar os anúncios serão diversificados. No caso específico das peças de propaganda deverá haver um considerável upgrade no atual cenário de marasmo.
Mas como dissemos: não é o fim do mundo, é apenas uma história de marketing.
Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP e diretor do Grupo Hubert.
Fonte: SindicoNet