Adotada em vários condomínios, a garagem coletiva pode gerar transtornos quando não há organização e conscientização de todos.
Apesar de ser mais facilmente encontrado em edifícios antigos – que remontam a uma época em que nem todos tinham carro, quanto menos dois carros –, o esquema da garagem coletiva é adotado por diversos condomínios até hoje.
Nesse tipo de configuração, as vagas não possuem espaço de manobra entre si, fazendo com que o automóvel de um morador seja estacionado logo atrás do outro, impedindo a livre circulação. Mesmo sendo inconveniente, a garagem coletiva responde a um problema cada vez mais frequente nas grandes cidades brasileiras: o fato de haver mais veículos do que vagas.
A funcionária pública Regiane Feres define como “uma loucura” morar em um prédio com garagem coletiva. “Não é nada agradável. Você tem que manobrar dois ou três carros”, reclama ela, que residia no Edifício Ana Carolina, na cidade de São Paulo. A garagem do prédio de Regiane era delimitada – cada condômino possuía a sua –, mas isso não evitava os problemas. “A minha vaga era a primeira e atrás dela tinha mais dois carros. Quando chovia, as pessoas tinham que tirar o carro que estava na frente e, às vezes, manobrar mais de um para depois tirar o próprio carro”, conta.
Como solucionar o problema? – O diretor de condomínios Marcio Bagnato conta que algumas convenções determinam que as garagens coletivas devem contar com o auxílio de manobrista. “É claro que isso custa, pois haveria a necessidade de quatro pessoas para cobrir um turno de 24 horas”, explica. Tal ideia chegou a ser cogitada no Edifício Ana Carolina, mas não foi aprovada na assembleia. “Permaneceu o mesmo de antes e é sempre a maioria que ganha. Nada foi feito”, lamentou Regiane.
Quando as vagas que cabem a cada condômino são sorteadas, a periodicidade da mudança também é fonte de reclamações. Bagnato comenta que, em muitos casos, é recomendável que o prazo para um novo sorteio se estenda por dois anos. “Muitos condomínios tem o sorteio anual da vaga e isso é desgastante para os moradores. Por pior que seja a vaga, o morador já se acostumou e tem que haver a troca”, afirma.
Fonte: iCondominial