A multiplicidade de pisos

Um dos itens da estrutura dos condomínios que nem sempre é levada em conta a sua importância, a não ser quando alguém escorrega, é o piso. Para cada espaço existem tipos indicados. Na garagem pode ser utilizado concreto pintado e impermeabilizado, na área externa um porcelanato antiderrapante ou cerâmica extrudada, já para o hall de […]

A multiplicidade de pisos

Um dos itens da estrutura dos condomínios que nem sempre é levada em conta a sua importância, a não ser quando alguém escorrega, é o piso. Para cada espaço existem tipos indicados. Na garagem pode ser utilizado concreto pintado e impermeabilizado, na área externa um porcelanato antiderrapante ou cerâmica extrudada, já para o hall de entrada um mármore pode dar aquele tom imponente. Mas as variedades não param por aí. Da pedra mineira aos granitos, o mercado de pisos tem opções para todos os gostos e bolsos.
Os cuidados vão além da escolha do piso mais atraente. A resolução nº 004/ 1995 do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina determina que os revestimentos tenham características incombustíveis e antiderrapantes para as rotas de fuga e saídas de emergência, tais como hall de entrada, corredores e escadarias. De acordo com a arquiteta Bianca Schuch, a área externa também precisa de pisos abrasivos, como os granitos não polidos ou as cerâmicas extrudadas naturais, para evitar que os moradores escorreguem quando o chão estiver molhado. Os detalhes podem ficar por conta da pedra mineira e da ardósia.
Como o hall de entrada é a área mais nobre do condomínio, se recomenda revestimentos mais nobres. O mármore é muito utilizado, mas precisa de cuidados especiais. Por ser poroso, absorve com intensidade a umidade e, se forem utilizado produtos químicos incorretos para a limpeza, mancha com mais facilidade. O granito é uma opção mais resistente já que é impermeável e não mancha, mas pode ficar um pouco irregular na colocação.
O porcelanato é uma solução mais em conta do que as pedras, porém, mais nobre que a cerâmica. Feito com massa de porcelana, é quase isento de poros e absorve pouco a água. É indicado para ambientes de alto tráfego. Já assumiu inúmeros tons, texturas e imita desde cimento, pedra, madeira, metal até tecido. Pode ser encontrado em formatos de até 1,20 metros por 60 centímetros.
O piso de cerâmica pode ser o esmaltado ou o extrudado natural, que são ainda mais em conta para revestir. Porém, a cerâmica esmaltada não é muito resistente e pode lascar, embora não manche e seja fácil de limpar. Já a cerâmica extrudada, por ser natural (sem esmalte), de alta resistência e com elevado índice de abrasão, tem como vantagem não arranhar, não desgastar e não escorregar. No entanto, sua limpeza é mais difícil do que uma cerâmica esmaltada.
Garagens e quadras poliesportivas
Nas áreas de garagem cresce a procura dos condomínios por utilizar o piso de concreto alisado, que é um concreto com acabamento mecânico de forma que deixa o produto liso, chamado de concreto alisado, conhecido popularmente como queimado. De acordo com o mestre em engenharia civil da SC Pisos Ildo Sponholz, com o sistema, o concreto fica mais resistente e fácil de limpar. Como é menos poroso do que o tradicional (que não utiliza máquinas para assentar), não corre o risco de esfarelar com o uso frequente.
O concreto alisado também é utilizado para restauração de pisos. Depois é importante fazer uma pintura para uniformizar e melhorar a estética. “Fazemos o piso com concreto usinado, que vem com a dosagem certa dos materiais e faz menos sujeira no condomínio, pois já vem pronto. Não é necessário fazer a massa no local”, explica Sponholz. O sistema também é mais eficaz do que a forma tradicional. Uma garagem de 400 metros quadrados é feita em um dia com concreto alisado. Da outra forma, necessita de até uma semana.
Para quadra poliesportiva é utilizado o mesmo material, inclusive nas restaurações. É muito procurado, pois o sistema antigo traz desgastes do concreto com o uso, devido à baixa resistência. “Em quadras na área térrea, podemos preparar em cima do concreto antigo, que serve de base. Se for sobre a laje, é preciso retirar o concreto existente para não aumentar o peso”, observa Sponholz. Após essa fase, são aguardados 20 dias para fazer a pintura das demarcações das modalidades esportivas.
O concreto alisado é interessante para ser aplicado em calçadas, que devem receber pisos podotáteis. As secretarias de serviços públicos municipais dão orientações sobre a instalação desses guias para pessoas com deficiência visual.
Revestimentos para a área de lazer
No salão de festa, “uma opção é usar pisos laminados em madeira de alto tráfego, menos na parte da cozinha e banheiro, que são considerados áreas molhadas, e precisam de materiais resistentes à água, como granito, cerâmica ou porcelanato”, acrescenta a arquiteta Bianca Schuch. Se o salão for no terraço do prédio, também é interessante instalar pisos de tratamento acústico, que são compostos por painéis em lã de vidro para isolamento térmico e atenuação sonora de ambientes. Com o recurso, se minimiza o barulho de impactos, como os de passos de salto alto, que reverberam para as outras unidades.
Na piscina, por dentro se usa cerâmicas especificas com colas e rejuntes especiais, na maioria com tons azuis, com detalhes em peixes e algas. Na parte externa, uma solução interessante é a colocação de decks de madeira, porcelanato ou granito. “Uma pedra utilizada é a São Tomé, além da beleza, ela não é escorregadia e não absorve calor”, explica a arquiteta.
Além de ser usado em paredes internas e fachadas, as pastilhas de vidro e cerâmica, que chegam a medir de 2,5 centímetros quadrados, podem dar seu ar de graça nos detalhes de pisos, como ladrilhos e mosaicos.
Nos condomínios onde os moradores querem trocar o estilo do piso em cerâmica ou porcelanato sem quebra-quebra, pode-se colocar um novo revestimento sobre o antigo, mas precisa da analise de um arquiteto ou engenheiro.
Como encontrar material fora de linha?
Nos condomínios antigos as peças geralmente já estão fora de linha. Se houver a necessidade de trocar um piso danificado, uma solução é procurar no Cemitério dos Azulejos. Na Grande Florianópolis há uma loja em São José, que fica na avenida Joaquim Vaz, no bairro Praia Comprida. Na loja podem ser encontrados desde azulejos, pisos, pastilhas e lajotas dos anos 50 até os que acabaram de sair do mercado.
Quem mora nos arredores da Capital pode levar uma amostra ou foto para averiguar na loja. Nos casos de condomínios em Balneário Camboriú e Itapema pode ser encaminhado um e-mail com a imagem para sc@cemiteriodosazulejos.com.br. Se não tiver em pronta entrega, “buscamos em outras lojas fora do Estado”, diz um dos proprietários e gerente da loja Júlio Cesar Honorato. As outras sete unidades estão localizadas em São Paulo, Campinas (SP) e Curitiba. Podem ser encontrados pisos e azulejos até de fábricas que não existem mais, como Matarazo, Sant’ana, Klabin, Ceramus e Bahia.
A elegância dos azulejos antigos seduziu arquitetos que vêem nessas relíquias uma tendência para a produção de painéis de parede ou mosaicos para pisos. “Atualmente estão em voga os patchworks com composições de peças diferentes”, observa uma das proprietárias do Cemitério dos Azulejos, Vicentina de Barros.
Lapidação revitaliza pisos de concreto e pedras naturais
A lapidação é uma forma de revitalizar o piso em concreto, mármore ou granito no condomínio. Feita com máquinas de ferramentas diamantadas, a técnica foi desenvolvida há cerca de duas décadas na Europa, já se popularizou na América do Norte e cada vez mais ganha espaço no Brasil. O resultado é um piso liso e brilhoso, com aparência de vidro, mas não escorregadio.
De acordo com o gerente da empresa Alpi Pisos Especiais, Alexsandro da Silva, a lapidação é um sistema mecânico, que corta, plaina e faz o polimento. A primeira análise é verificar se o piso está esburacado ou com rachaduras para ser recuperado, antes de fazer o acabamento. Na restauração podem ser adicionados corantes à concretagem ou endurecedor para obter a tonalidade desejada. “O piso lapidado é versátil e pode ser utilizado desde salões de festas às áreas externas, como o espaço entorno da piscina”, observa Silva.
No hall do prédio, mesmo tendo pedras naturais, como a mineira, a grande circulação de pessoas desgasta o piso, “quando se torna essencial fazer um polimento, que deixa ele novo. O tratamento é definitivo”, garante o gerente. Além de deixar o piso esteticamente interessante e saudável, o procedimento é sustentavelmente correto. Não usa produtos químicos que denigrem o meio ambiente.
Cuidados na limpeza
A manutenção do revestimento é necessária para a sua durabilidade e precisa de critérios. É comum o pessoal da limpeza utilizar produtos químicos altamente corrosivos, sem diluir, como produtos a base de ácido, que causam manchas, principalmente no mármore. Segundo especialistas, a correta utilização dos produtos de limpeza é fundamental para a durabilidade do piso.
Segundo o proprietário da empresa Teclimpe, Flávio Nogueira da Silva, os produtos de limpeza são classificados de acordo com o pH (potencial hidrogeniônico). Quando o pH é sete, o produto é neutro, como os detergentes, que podem ser utilizados em qualquer tipo de superfícies. Os porcelanatos, por exemplo, só podem receber produtos desse tipo.
Acima de sete são os alcalinos, como desengraxantes e detergentes desincrustantes, utilizado para limpeza pesada. “É preciso diluir em água. A medida deve estar exposta na embalagem. Quando não é feito esse procedimento e se joga diretamente o produto no chão, pode manchar o piso”, explica Silva, proprietário da empresa localizada em Itapema.
Abaixo do pH 7 são os ácidos, indicados para limpezas de calçadas externas. “O ácido não deve ser usado em porcelanato e mármore e em hipótese alguma pode ser usado puro”, observa. Segundo Silva, tanto condomínios quanto construtoras se preocupam pouco com a adequação da limpeza pesada. A região é carente de cursos para limpeza. “Desconheço treinamentos na região. O resultado é que muitos profissionais utilizam produtos de maneira inadequada, como o caso da água sanitária e sabão em pó para limpeza de calçadas, sendo que tem produtos específicos e com o custo beneficio mais em conta”.
O brilho e proteção também se alcançam com uma cera adequada para o tipo de revestimento. Para pisos escorregadios, existem produtos antiderrapantes, que formam microventosas sobre o revestimento, que são irreversíveis, ou seja, não necessitam de manutenção, sem mudar o aspecto natural do piso. Também há os óleos fugantes para impermeabilização.

Fonte: CondomínioSC

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