O calor intenso do verão no começo de ano sempre aumenta o consumo de água nas casas brasileiras, mas com a falta de chuvas, o nível dos reservatórios vem diminuindo alarmantemente. Tamanha escassez de água pode levar os moradores de diversas cidades, entre elas algumas do interior paulista como Campinas, Piracicaba, Limeira e Rio Claro, a um racionamento ainda neste mês. Sendo que alguns bairros do Rio de Janeiro, como São Gonçalo, Duque de Caxia e Cachambi, já estão com o abastecimento comprometido.
“Neste período, o consumo de água sobre de 3% a 5% e o número de banhos quase dobra. A nossa produção subiu de 43 mil litros por segundo para 47 mil litros por segundo. Uma saída para economizar água é manter o chuveiro fechado enquanto se ensaboa e diminuir o tempo da ducha”, diz Jorge Breard, diretor de produção da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro).
O mês de janeiro, a Grande São Paulo contou apenas com 87,8 ml de chuva, contra os 260 ml esperados nesta época do ano. E o volume de água armazenado na Cantareira, sistema que abastece 8 milhões de pessoas na região metropolitana da capital e 5,5 milhões de habitantes em Campinas, atingiu 21,4% da capacidade. Para estimular a economia e tentar adiar a necessidade de racionamento de água, a Sabesp anunciou no último sábado o desconto de 30% aos usuários que diminuírem o consumo a partir de 20% (em relação aos últimos 12 meses).
Algumas medidas podem reduzir o consumo de água nas residências, sendo o combate aos vazamentos e a substituição de válvulas desreguladas algumas delas. “Os vazamentos são muito comuns e as pessoas, sem saber, o incorporam na conta. Observar se as paredes do vaso sanitário ficam sempre molhadas é uma maneira de descobrir o problema”, afirma Ricardo Chain, engenheiro e gestor da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Além disso, a economia pode acontecer com o uso de restritores de vazão em torneiras e chuveiros, a compra de produtos eficientes e o reaproveitamento da água vinda da máquina de lavar.
Confira mais dicas:
– Ensaboe as louças primeiro: Otimize a lavagem ensaboando o maior número de peças possível antes de fazer o enxágue;
– Elimine vazamentos e infiltrações: Investigue os pontos de vazamentos (em torneiras e mangueiras) e resolva o problema da umidade na parede;
– Feche as torneiras: Nada de deixar água correndo sem necessidade! Lembre-se de que o gasto por minuto pode chegar a 20 litros;
– Diminua o tempo do banho: Reduza para dez minutos, no máximo, a ducha e se ensaboe com o chuveiro fechado;
– Use o regador: Não molhe as plantas com a mangueira e faça a rega no período da noite para evitar a intensa evaporação;
– Lave as roupas de uma vez: A proposta mais econômica é reunir as trocas e lavá-las todas juntas, com a máquina na capacidade máxima;
– Não desperdice a água da piscina: Outra forma de economizar é aproveitar a água da piscina das crianças para lavar o quintal ou a calçada;
– Regule a descarga: Conserte registros em mau funcionamento e dê apenas o número necessário de descargas (um único aperto gasta até 20 litros);
– Lave o carro com um balde: Usar a mangueira durante 30 minutos significa gastar até 560 litros de água. É mais indicado fazer a limpeza do carro com um balde;
– Reaproveite a água da máquina: Após a lavagem da roupa, uma boa alternativa é usar a água para limpar o quintal da casa;
– Escove os dentes com a torneira fechada: Tome cuidado para não deixar as torneiras pingando enquanto escova os dentes ou faz a barba;
– Invista em arejadores: Quanto maior a quantidade de ar misturada à água, maior o volume e a economia;
– Aproveite a água da chuva: Use essa água para atividades que não sejam de consumo (lavar o quintal e o vaso sanitário, por exemplo);
– Use a vassoura na calçada: A limpeza diária pode ser feita tranquilamente com uma vassoura. E, nos casos que exijam água, é mais econômico usar baldes;
– Use a água do aquário: A limpeza do aquário não implica jogar fora a água usada, uma vez que ela está rica em nitrogênio e fósforo. A saída é aproveitá-la na rega das plantas.
Fonte: IG