53% das mortes de crianças são por afogamento quando estão em piscinas

O Corpo de Bombeiros e especialistas alertam para os cuidados que pais, síndicos de condomínios e proprietários de piscina devem ter para evitar afogamentos provocados pela bomba de sucção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), as piscinas são responsáveis por 53% de todos os casos de óbitos por afogamento na faixa […]

O Corpo de Bombeiros e especialistas alertam para os cuidados que pais, síndicos de condomínios e proprietários de piscina devem ter para evitar afogamentos provocados pela bomba de sucção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), as piscinas são responsáveis por 53% de todos os casos de óbitos por afogamento na faixa de 1 a 9 anos de idade. Muitos destes provocados por bombas de sucção. Para evitar estes acidentes, os responsáveis pelas piscinas podem substituir a bomba por um sistema antiaspiração de cabelo e corpo e sempre que se utilizar a piscina deve manter a bomba desligada.

piscina 2

Dados ainda da Sobrasa apontam que no Brasil 20 pessoas morrem afogadas todos os dias. E que o afogamento é a segunda causa de morte em crianças de 1 a 9 anos idade e a terceira entre 10 e 19 anos. O que chamou a atenção da população é que em menos de uma semana três crianças foram vítimas da bomba de sucção de piscina no país.

Infelizmente duas delas morreram: o menino Kauã Davi de Jesus, 7 anos, ao ter o braço sugado pelo ralo de uma piscina em condomínio Residencial Privé das Thermas I, em Caldas Novas, em Goiás, no dia 1º, falecendo dias após de ser internado em um hospital de Brasília, e a menina Mariana Rabelo Oliveira, de oito anos, que se afogou após ser hospitalizada por ter os cabelos presos no ralo da piscina de um parque aquático, dia 3, em Belo Horizonte (MG).

Já a criança baiana de 9 anos que sofreu o mesmo acidente, sábado (4), no condomínio de luxo Le Parc, localizado na Avenida Paralela, em Salvador, ao  prender a barriga na piscina, foi salva porque conseguiu ficar com a cabeça para fora da água. O nome da menina não foi revelado.

Sobre estes tristes episódios, como prevenção, o subcomandante do Corpo de Bombeiros, 13º GBM/GMAR, major Jadilson Lopes das Mercês, alerta que “mesmo crianças que sabem nadar podem se afogar em piscinas, por uma série de causas. Os pais devem sempre estar atentos aos seus filhos dentro da piscina. Crianças não devem estar em piscinas que não sejam adequadas às suas alturas, e esta adequação significa poder ficar de pé, com a cabeça e ombros fora da água”, explicou.

Para o major existem formas de prevenir acidentes com sistemas de sucção em piscinas como: distribuição dos ralos sucção de forma que não tenha força suficiente para aprisionar uma criança e com uso de tampões que evitam aprisionamento e uso de dispositivos de segurança que desligam automaticamente a bomba em caso de obstrução de ralos. “Os pais deverão certificar-se que a piscina tenha essas proteções”, alertou.

No caso de acidentes, segundo o subcomandante, deve-se providenciar que a bomba seja desligada, retirar a criança da água e prestar os primeiros socorros. “Existe a necessidade de uma legislação que estabeleça exigências de segurança para funcionamento de piscinas”, complementou o oficial.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os pais devem estar atentos para as estatísticas, as causas e as prevenções como: mais de 65% das mortes por afogamento ocorrem em água doce, mesmo em áreas quentes da costa; crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto; 89% das crianças não têm supervisão durante o banho de piscina; leve sempre sua criança consigo caso necessite afastar-se da piscina; Isole a piscina – tenha grades com altura de 1,50 m e 12 cm entre as verticais – elas reduzem o afogamento em 50 a 70%; boia de braço não é sinal de segurança – cuidado!; evite brinquedos próximos à piscina, isto atrai as crianças; desligue o filtro da piscina em caso de uso; use sempre telefone sem fio na área da piscina; não pratique hiperventilação para aumentar o fôlego sem supervisão confiável; Cuidado ao mergulhar em local raso (coloque aviso); 84% dos afogamentos ocorrem por distração do adulto (hora do almoço ou após); ensine sua criança a nadar a partir dos 2 anos; mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros socorros.

Ralo deve ser substituído

Segundo informações de técnicos da Sobrasa, se for substituído o ralo por um antiaprisionamento será mais tranquilo para a natação de crianças porque estes ralos possuem tecnologia que impedem a sucção dos cabelos de banhistas, bem como partes do corpo, eliminando o risco de aprisionamento e afogamento, pois tem como propósito impedir que um banhista fique preso ao ralo de sucção.

A entidade adverte que com apenas quatro medidas a pessoa evita 95% da possibilidade de uma tragédia em sua família. Veja as dicas a seguir:

Atenção – Voltada 100% no seu filho(a), a distância de um braço mesmo na presença de um guarda-vidas. Em piscinas nada substitui a supervisão de um adulto responsável, portanto, o mais importante é manter a sua atenção 100% do tempo em seu filho.

Urgência – Aprenda como agir em emergências aquáticas, faça um curso.

Acesso – Deve ser restrito à piscina com uso de grades ou cercas transparentes com portões autotravantes, a uma altura que impeça crianças de entrar no recinto da piscina sem um adulto.

Sucção – De cabelo e partes do corpo deve ser evitado com uso de ralo anti-aprisionamento e precauções de desligamento do funcionamento da bomba.

‘Economia’ desnecessária pode causar acidentes graves
A morte de três crianças afogadas em piscinas nos últimos quatro dias levantou várias questões sobre a segurança desses locais no país. De acordo com um diretor da Agência Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins (Anapp), fazer poucos ou um único ralo em uma piscina é uma “economia desnecessária”, e que pode ter consequências graves.
Todas as vítimas, uma em Belo Horizonte, outra em Linhares, no Espírito Santo, e uma em Goiás, morreram depois de serem sugadas pelo ralo da piscina. No Distrito Federal, uma criança de quatro anos foi hospitalizada em estado grave na segunda-feira (6), no mesmo tipo de acidente. O G1 foi atrás de respostas para tentar entender como funciona a segurança, de quem é a responsabilidade e se os ralos usados são os mais seguros.
O diretor social da Anapp, Anibal Reichenbach, explicou que a primeira coisa que os pais devem ficar atentos ao chegar a uma piscina é o número de ralos.
“Nós consideramos lei para qualquer tipo de piscina pequena ter no mínimo dois ralos. As grandes tem que ter ainda mais vazão. A pressão deve ser distribuída por vários ralos com distância de 1,5 metro de um para outro. O ralo ideal deve ter uma tela para evitar que o cabelo fique preso e ser curvilíneo, para que você não consiga tampar por inteiro”, explicou.
Ele acredita que os acidentes aconteceram por causa de uma “economia desnecessária”. “Eu sempre digo que na piscina a gente deve errar por excesso e nunca por falta. Esse excesso vai custar no máximo     R$ 1 mil a mais”, lembrou.
Outra dica de Reichenbach é que as pessoas evitem piscinas escuras.

Fonte: Tribuna da Bahia e Globo.com

  • COMPARTILHE

Pesquisar

Desenvolvido por: