Elevador atualizado técnica e esteticamente é certeza de sossego e tranqüilidade para o síndico, além de conforto e segurança para os usuários.
O síndico pode ter realizado obras nas instalações elétricas e hidráulicas do prédio, investido em melhorias nas áreas comuns, impermeabilizado o térreo e reformado o jardim. Mas, se os elevadores do condomínio estiverem em má situação – com cabinas estragadas ou com a parte técnica comprometida – , todo o trabalho terá sido em vão. Certamente, choverão críticas dos condôminos.
Como elevador parado é sinônimo de irritação para a comunidade e de um custo elevado para o condomínio, é preciso pensar numa reforma geral do equipamento. Para Fábio Aranha, presidente do Sindicato das Empresas de Conservação, Manutenção e Instalação de Elevadores do Estado de São Paulo (SECIESP), especialmente quando o elevador sofre muitas paralisações, é hora de planejar a modernização técnica do equipamento. “Teoricamente, a vida útil de um elevador é de 20 anos. Após esse período, geralmente é necessária uma atualização técnica”, informa. Rogério Meneguello, tesoureiro do SECIESP, complementa que os elevadores a relê, ou seja, eletromecânicos, são os suscetíveis à modernização. “Nesse tipo de elevador, toda a lógica de funcionamento depende de contatos de chaves abrindo e fechando de forma sincronizada, algo que raramente acontece. Esses elevadores também estão com a fiação elétrica toda comprometida, muito velha, com emendas, fios sem isolação, o que, além de provocar paralisações constantes, com elevadores parando entre paredes, gera um alto índice de troca de peças”, constata.
Meneguello explica que não é preciso trocar o elevador, já que os maiores problemas estão relacionados à parte elétrica, o “cérebro” dos elevadores. “Trocando-se o quadro de comandos, a fiação elétrica, o dispositivo seletor, as botoeiras de cabina e pavimento e, em alguns casos, o operador de porta, o elevador fica praticamente novo. A troca dos elevadores é algo radical. A parte mecânica, ou seja, a máquina que traciona as cabinas dos elevadores antigos, é bem melhor do que dos elevadores novos. O que há de bom no elevador antigo é a parte mecânica, porém a parte elétrica deixa a desejar. No caso de elevadores novos, ocorre justamente o contrário”, informa.
No condomínio da síndica Neide Félix Trevisan, os seis elevadores, com 30 anos de vida, quebravam constantemente. Há cinco anos, o condomínio investiu cerca de R$ 230 mil na modernização técnica e estética das cabinas. Para arrecadar o dinheiro, fez um rateio de R$ 50 mensais por apartamento, em 27 parcelas. A fábrica dos elevadores, a Real, não existe mais. A síndica, então, abriu uma licitação da qual participaram oito empresas. Com a ajuda de um engenheiro contratado pelo condomínio para acompanhar o serviço, Neide elegeu a vencedora da concorrência, que até hoje faz a manutenção dos equipamentos. Rogério Meneguello orienta que sempre quem fará a modernização deverá ter o contrato da manutenção. “Primeiro, porque o Contru não permite que uma outra empresa interfira tecnicamente no equipamento. Quando se assina um contrato de manutenção, além de informar ao CREA desta responsabilidade, o Contru também é informado. Segundo, para que a garantia do equipamento não corra risco. Quem fez a modernização deverá dar as devidas manutenções, para fazer valer a garantia dos serviços”, comenta.
Segundo a síndica, a modernização foi aprovada com facilidade. “Sou síndica há 10 anos e os moradores percebem a valorização dos apartamentos. Os apartamentos de dois dormitórios, que valiam em média R$ 70 mil, hoje estão avaliados em R$ 170 mil e não há para vender”, garante. No caso do condomínio de Neide muitas outras melhorias foram efetuadas e colaboraram para a valorização dos imóveis. Mas a modernização dos elevadores sem dúvida contribuiu. Conforme Fábio Aranha, presidente do SECIESP, estudos da Embrap – Empresa Brasileira de Avaliação Patrimonial – mostram que o imóvel com elevador modernizado valoriza em cerca de 10%. “Só essa valorização supera em mais de duas vezes o valor do investimento na modernização”, acredita Aranha.
Além da valorização do empreendimento, a atualização técnica representa economia de energia elétrica. O ganho chega a 40% conforme o tipo de elevador, diz Aranha. A economia é significativa, completa, se lembrarmos que o custo da energia elétrica corresponde em média a 6% das despesas de um condomínio. “Sem contar que, economizando energia nessa proporção, estamos contribuindo para evitar o aquecimento global e o risco de apagão”, complementa. O síndico Percival Amaral é outro que comemora a reforma dos elevadores do seu prédio. “O custo-benefício é fantástico, já que diminui o custo da manutenção e a quebra de peças que não constam do contrato. Hoje, raramente abrimos chamados para manutenção”, conta. Há três anos o fabricante do elevador, que faz a manutenção das máquinas, promoveu a modernização técnica e das cabinas dos equipamentos do prédio de Percival.
Nos elevadores modernizados são agregadas ainda muitas funções, como atendimento inteligente, sinalização digital, cancelamento de chamadas falsas, indicação que alguém está retendo o elevador com a porta aberta, entre outras. As viagens são mais suaves e o nivelamento mais preciso. “Poucas pessoas sabem, mas o mau nivelamento do elevador (formação de degrau) é a maior causa de acidentes com vítimas na União Européia. Falando em elevador temos que falar de segurança, e é claro que um elevador modernizado é mais seguro que um desatualizado”, esclarece o presidente do SECIESP.
Também a modernização estética deve ser feita levando-se em conta a segurança. Conforme Rogério Meneguello, o aço inox e o granito utilizados na reforma sempre acrescentarão pesos à cabina. Esse sobrepeso chega a ser equivalente a 2 ou 2,5 passageiros. Por exemplo, em uma cabina para 6 passageiros equivaleria a receber 8 ou 8,5 passageiros. “Isso compromete o maquinário, podendo ocasionar queima de motores, a perda da força na partida, comprometer equipamentos eletrônicos do quadro de comandos, fazendo com que o elevador pare muito desnivelado”, explica. Para evitar esses problemas, o síndico, ao contratar a modernização estética, deve exigir por escrito quanto de peso será acrescentado na cabina. No orçamento, deve estar previsto o balanceamento do contrapeso. “A empresa mantenedora deverá ser comunicada pois haverá interferência técnica no contrapeso”, complementa Rogério.
Fonte: Direcional Condomínios