Maringá é o segundo maior mercado de automóveis, veículos comerciais leves e caminhões do Estado, atrás apenas de Curitiba, segundo dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-PR). De acordo com o Detran, a frota maringaense já passa dos 280 mil carros. Sobram carros nas ruas, faltam espaços nos prédios.
A solução normalmente é alugar uma vaga de algum vizinho que não utiliza o espaço ou optar por locais privados que oferecem estacionamento. Mas nem sempre isso é possível e os veículos têm mesmo é que ‘dormir’ na rua.
De acordo com o presidente regional do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Téo Granado, deveria existir uma lei para incentivar a construção de locais privados, com essa finalidade. “O que daria bastante certo era ter uma lei específica para a construção de prédios somente com vagas de garagem, porém essa legislação deveria oferecer incentivos reais para que o investimento valesse a pena para os empresários. Eles precisariam ter benefícios como isenção de IPTU, entre outros”, sugere o presidente regional do Secovi.
Granado comenta ainda que em Maringá existe uma cultura vigente de que a classe média e a classe média alta não utiliza o transporte coletivo. “Infelizmente é algo cultural. Eles não admitem andar de ônibus aqui em Maringá, mas utilizam o metrô em Nova Iorque”, observa.
A legislação, segundo Granado, também poderia permitir a construção de vagas de garagem não apenas no subsolo do prédio, mas também em pavimentos superiores.
Observando o exemplo dos Estados Unidos, o presidente do Secovi lembra que a prefeitura constrói prédios, os chamados ‘public parks’, e cobram um determinado valor pelo estacionamento. “Esta seria uma outra saída para a nossa cidade e geraria renda para o município”, finaliza.
Atento às necessidades, as construtoras têm dado mais espaço às garagens nos novos projetos. E não é apenas o mercado de alto padrão que dá importância para elas. Em geral, os novos prédios residenciais trazem duas vagas na garagem por apartamento, mas não é difícil encontrar opções com três e até quatro vagas.
O que diz a lei
A Lei Federal 12.607/12 proíbe a venda ou o aluguel de vagas de garagem a não moradores. A lei, proposta pelo senador Marcello Crivella (PRB), vale para todos os condomínios do País. As garagens só podem ser alugadas ou alienadas se houver autorização expressa dos condôminos.
Quatro perguntas a…Junzi Shimauti, imobiliarista e diretor estadual do Secovi -PR
Quanto custa normalmente a locação de uma vaga de garagem por mês e como é negociada?
Em média custa em torno de R$ 200 a R$ 400, porém é determinado pelo proprietário. Normalmente a negociação é feita entre os moradores de forma verbal. Entretanto nada impede que eles façam um contrato. Os moradores só precisam avisar ao síndico para que ele tenha um controle. Em São Paulo, já existem empresas terceirizadas somente para a administração das garagens dos prédios. Também é importante ressaltar que a vaga não pode ser alugada ou vendida para pessoas que não morem no condomínio.
É possível comprar uma vaga de garagem? Qual é o preço médio?
A compra de vagas também é bastante comum. Normalmente quem vende são pessoas que por algum motivo não utilizam o espaço. O valor cobrado é de até 40% do valor do imóvel.
O que são garagens de gaveta?
É quando uma vaga fica atrás da outra. Quando as vagas são de um dono só o transtorno não é tanto, porém quando essa vaga é compartilhada por moradores diferentes, pode causar problemas.
O número de vagas de garagem oferecidas nos prédios faz diferença na hora da compra do imóvel?
Com certeza, essa é uma das primeiras perguntas de quem vai comprar um apartamento. Uma vaga a mais pode valorizar o imóvel em até 10%.
Fonte:O Diário