Moradores da quadra 206 de Águas Claras, no Distrito Federal, resolveram se juntar para cuidar da praça que fica em frente ao condomínio onde moram. Eles afirmam que o local estava sujo e depredado e que a administração regional não realizava o corte de gramas e a limpeza da área com freqüência.À frente da administração desde 1º de novembro, Carlos Oliveira disse que nunca foi procurado pelo grupo.
Segundo os síndicos Eduardo Pessoa e Luiz Carlos Alimandro Júnior, as solicitações foram feitas por meses, até que eles decidiram se mobilizar e, com um pouco menos de R$ 1 de cada morador, há um semestre pagam pela manutenção dos brinquedos, poda da grama e pintura dos meio-fios. A ideia é compartilhada por seis dos oito condomínios da quadra, o que dá um montante de R$ 1,2 mil por mês. (veja o vídeo acima)
“[Se a gente não fizer isso] a praça amanhece totalmente cheia de garrafas, sujeira, preservativos, bimbas de cigarro, restos de entorpecentes. Todas as noites vem um grupo de adolescentes beber e fumar aqui. Teve até uma vez que uma criança foi brincar no parquinho de manhã e cortou o pé, porque tinha caco de vidro na areia”, conta Alimandro Júnior.
Responsável pelos serviços, o jardineiro José Roberto Vitorino Guedes conta que são realizadas entre duas e três limpezas todos os dias. Ele e um colega fazem de tudo, inclusive retirar fezes de animais domésticos. O profissional, que já trabalhava em um dos condomínios, afirma que os moradores se sentem mais satisfeitos atualmente.
Os síndicos afirmam que procuraram a Administração Regional de Águas Claras mais de uma vez, mas não tiveram retorno. “Às vezes apareciam dois meses depois do pedido, cortavam a grama e pronto. E aí voltávamos ao mesmo estado de sempre. Um caos. Quando eu cheguei aqui, há três anos, vivia sujo. Era até inseguro”, diz Pessoa.
Para o administrador, Carlos Sidney Oliveira, a iniciativa dos moradores da 206 é a ideal. Ele afirma que os impostos são para a construção das praças, mas que a manutenção depende da ajuda e da fiscalização dos moradores. O gestor disse que pretende estimular que outras quadras façam o mesmo.
“A depredação das praças, quem faz? São os próprios usuários.Tem que educar o povo a usar o bem público com moderação, sabendo que aquilo custou do bolso, do imposto e que aquele dinheiro ali foi gasto para o bem comum”, afirmou.
Segundo Oliveira, a administração não tem máquinas para isso e o serviço acaba sendo de responsabilidade da Novacap. “Sempre que solicitada, ela vem fazendo a roçagem, mas temos que lembrar que são 31 regiões para eles cuidarem. É natural que tenha alguma demora.”
Fonte: G1